Use elogios contemplativos e tenha uma equipe muito mais motivada!
O feedback faz parte da rotina corporativa e seu objetivo é extremamente digno e importante dentro do desenvolvimento dos profissionais envolvidos. Ao mesmo tempo é muito difícil achar uma boa execução, sendo que os profissionais geralmente enxergam o feedback como uma reunião chata, burocrática ou uma reunião para “levar bronca”. Além disso, dificilmente você vai ouvir que o feedback de fato, serviu para o desenvolvimento de carreira.
Isso se deve ao fato de que não estamos acostumados a receber críticas e geralmente as reuniões de feedback são utilizadas para críticas e, mesmo que construtivas, elas incomodam. Mas, não é apenas de críticas que se faz um feedback.
Um bom líder, além de citar pontos de melhorias do profissional, também incentiva e parabeniza os pontos positivos do mesmo.
Quando abordamos um feedback de elogios, temos um segundo ponto de atenção, esses feedbacks são geralmente vazios e improdutivos, ou seja, não incentivam o desenvolvimento do profissional de forma explícita. Apesar do elogio gerar motivação e isso ser extremamente importante, podemos explorar possibilidades que além de gerar motivação, também incentivam o desenvolvimento através de elogios.
Elogios tradicionais
Para começar a entender essa dinâmica de elogios em um feedback, vamos ver como que feedbacks positivos são geralmente passados dentro das organizações. Geralmente existem alguns gatilhos do feedback positivo, como a entrega bem sucedida de um projeto, um feedback de algum cliente sobre a boa atuação desse profissional, o atingimento de resultados e metas… esses gatilhos geralmente influenciam o feedback positivo.
Dados esses exemplos é comum ouvirmos coisas do tipo: “Parabéns pela entrega do projeto, nosso cliente gostou muito!” ou “Você atingiu sua meta esse mês, você é um profissional exemplar!” ou “Seu comportamento deveria seguir de exemplo dentro da equipe, parabéns!”.
Esses exemplos são motivadores e válidos com certeza, principalmente caso seja uma conversa informal, um feedback pontual ou até mesmo uma conversa no café, afinal de contas, quem não gosta de receber um elogio não é mesmo?!
Porém, apesar de motivador, esses exemplos não incentivam o desenvolvimento do profissional, eles geralmente pontuam o gatilho que gerou o feedback e segue uma parabenização ou incentivo. Essa motivação vai gerar um aumento de produtividade e na moral do profissional, mas por um curto período.
Elogios subjetivos
Ao escutar esse tipo de feedback eu questiono algumas coisas.
- O que, especificamente esse profissional contribuiu para o sucesso do projeto?
- Que comportamento específico esse profissional tem, que gostariam de tornar um modelo da equipe?
- Que ação específica satisfez nossos clientes?
- O que esse profissional fez, diferente dos que não atingiram a meta, que apoiou ele a alcançar o objetivo?
Em elogios “tradicionais” acabamos sendo genéricos de mais, fazendo com que essas perguntas não sejam respondidas e quando respondidas, são respostas subjetivas. Inclusive podendo acontecer de o profissional responder uma coisa e o líder pensar em outra, gerando uma desconexão entre ambos.
Dentro desses elogios “tradicionais”, apesar da motivação, não geramos um ponto de desenvolvimento profissional, a pessoa não sabe que comportamento, ação ou ideia que fez a diferença e que ele deve repetir ou focar mais sua atenção no futuro!
Além disso, um feedback positivo utilizando elogios “tradicionais” podem inclusive passar a impressão de que o líder não está prestando a atenção suficiente ou que não quer estar ali, naquele momento, por ser um elogio, de certa forma, vazio de especificação.
Elogios contemplativos
Entendendo os impasses que os elogios “tradicionais” geram, precisamos pensar em uma alternativa que além de motivar, também auxilie o profissional a se desenvolver e entender pontualmente o que ele faz de bom. Assim ele poderá estimular essas atitudes no futuro.
Uma alternativa simples é adicionar especificidades ao elogio “tradicional”, que façam com que o profissional entenda, quais as atitudes ou comportamentos que levaram o líder a dar esse feedback!
Vamos utilizar os mesmos exemplos mostrando como podemos transformá-los em elogios que, além de motivar, também desenvolvem e incentivam comportamentos.
Vamos pensar no exemplo de um projeto entregue com sucesso, ao invés de dizer simplesmente “Parabéns pela entrega do projeto, nosso cliente gostou muito!”, podemos adicionar alguns detalhes que irão auxiliar o profissional, á ver o que ele fez de especial nesse projeto para que o cliente tenha gostado muito, por exemplo: “Parabéns pela entrega do projeto! O nosso cliente gostou muito das suas sugestões de funcionalidade. Além disso você esteve sempre disponível e nós valorizamos muito esse seu compromisso e interesse pessoal com os projetos de nossos clientes.”
Nesse exemplo fica mais claro o que o profissional fez de positivo, o que o cliente valorizou em seu trabalho e o que a empresa (representada pelo seu líder) valoriza como atitude profissional. Ao contrário do elogio “tradicional”, o elogio contemplativo deixa explícito que tipo de atitudes e comportamentos que o profissional pode dar mais atenção no futuro.
Gerando conexão
Além de gerar motivação e incentivar o desenvolvimento do profissional, esse tipo de elogio gera também uma maior conexão entre o líder e seu liderado.
Porém como uma dica extra, podemos adicionar mais um elemento ao nosso elogio visando gerar conexão e empatia com o profissional.
Para isso, podemos expressar o que essas atitudes e comportamentos pontuados durante o elogio gerou no líder que está expressando o elogio. Reutilizando o exemplo acima, poderíamos adicionar no final algo assim “… eu como seu líder me sinto extremamente feliz e realizado de ter você no meu time, ao ver você se dedicando ao sucesso do cliente me incentiva a seguir como líder e me desenvolver”.
Obviamente esse é apenas um exemplo, mas o ponto aqui é expressar sua gratidão, em primeira pessoa, expressando o que as atitudes do profissional geraram em você. Essa atitude gera muita conexão e inclusive pode atender algumas necessidades de pertencimento que nós, seres humanos, temos e nada melhor do que ter um aliado e não apenas uma mão de obra “robotizada”.